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COMO EVITAR INCÊNDIOS EM BOATES, CASAS NOTURNAS, CASAS DE ESPETÁCULOS E EM LOCAIS DE CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS


Como São as Saídas de Emergência dos Locais que Você Frequenta ?

MUDANÇAS URGENTES

PARA EVITAR NOVAS CATÁSTROFES

 

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LEGISLAÇÃO


Além das normas prescritivas, deveria ser exigido pelas autoridades que cada estabelecimento realizasse, na fase de projeto, dois estudos específicos de engenharia de segurança: 



  • Análise Preliminar de Riscos APR - Técnica que identifica os perigos do local conduzida por engenheiro especialista em gerenciamento de riscos e segurança que conheça a técnica de APR. O resultado será um relatório contendo uma lista com os potenciais perigos existentes na instalação. 
  • Análise de Consequências – Com base no relatório da APR, esta técnica complementa a APR identificando os cenários acidentais relacionados com cada perigo citado no relatório da APR. O resultado da análise de consequências é um outro relatório descrevendo as consequëncias e as contramedidas previstas para cada cenário acidental postulado. 

Por exemplo: no caso das portas a legislação prescritiva de um determinado município pode estabelecer 2 portas. Porém com os estudos, os responsáveis pelo estabelecimento e seu projeto têm que comprovar que com apenas 2 portas um possível foco de incêndio jamais ficará entre uma pessoa e uma das saídas de emergência. Caso contrário, outras portas deverão ser incluídas no projeto, tantas quantas forem necessárias até não existir mais a condição de “fogo entre homem e porta”. Isso também se aplica aos extintores, corredores, sprinklers e todos os outros itens já requeridos pelas normas.

FISCALIZAÇÃO

Deveria acontecer antes, durante e depois do evento e não somente fora do período de funcionamento do estabelecimento. Semelhantemente ao caso das “blitz da lei seca”, estes estabelecimentos deveriam receber a visita surpresa de fiscais momentos antes, momentos depois e principalmente durante um evento para avaliar as reais condições de funcionamento. Estas inspeções deveriam ocorrer com poder coercitivo de interromper/cancelar o evento além de aplicar as multas cabíveis.

É importante a fiscalização ser realizada durante o funcionamento do estabelecimento, preferivelmente fazendo-se valer do recurso “surpresa”. Para tal, deve haver apoio policial uma vez que o evento poderá ser interrompido necessitando força policial para organizar essa operação. A fiscalização apenas fora do momento do evento pode ser ineficaz uma vez que artifícios de bloqueio e disfarce de saídas de emergência podem ser preparados especificamente para o momento de realização dos eventos com a finalidade de facilitar o trabalho dos seguranças patrimoniais e o controle de pagamento.

ESTRATÉGIAS E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

  • Estabelecimento de um percentual do terreno como “área de escape” no entorno de todas as portas de acesso da edificação. Estas áreas de escape precisam ter capacidade para comportar todas as pessoas que estejam no evento (lotação máxima). Os cuidados dos seguranças patrimoniais para evitar a saída sem pagamento e tentativas de entrada indevidas nos eventos ("penetras") deveriam se restringir aos portões externos do estabelecimento. Em outras palavras, boates estabelecimentos similares com uma grande concentração de pessoas devem ficar em centro de terreno de modo que as saídas de emergência possam permanecer totalmente disponíveis, sem nenhum tipo de controle que possa retardar a saída durante um sinistro. Estas áreas de escape devem existir para cada saída de emergência e não podem conter os chamados "currais" e guarda corpos os quais podem dificultar a operação de escape e abandono. 
  • Sistemas de escape e abandono projetados através de cálculo que permita a definição clara do tempo máximo para evacuação do estabelecimento. Apresentação de evidências objetivas de compatibilidade desse tempo com os resultados dos Estudos de Análise de Consequências. Briefing (Resumo de Instruções) de segurança com apresentação continua ou em intervalos regulares através de telas/monitores de LCD posicionados e dedicados exclusivamente para esse fim durante todo o evento. Rotas de fuga e portas de emergência continuamente sinalizadas com luzes indicativas mesmo em casos de falta de iluminação pública e com intensidade suficiente mesmo havendo fumaça, inclusive cenográfica. 
  • Sistema de combate a incêndio (água e outros meios de combate e supressão) com reconhecimento automático de “fogo confirmado” através de detecção de fogo, fumaça e temperatura possuindo painel de controle externo que possa ser monitorado de fora do local do evento. O sistema de aspersores de água (sprinklers) deve ser provido nas áreas em que não haja risco da água atingir equipamentos energizados. Estas redes de aspersores deve entrar em operação automaticamente por ação da variação de temperatura na região assistida por cada aspersor. Salas ou locais onde existam equipamentos essenciais, ou que concentram potência elétrica ou salas de moto geradores, devem ser assistidas por rede de aspersores com gases especiais para que o combate ao incêndio não danifique os equipamentos e amplie a extensão do incêndio.


Sprinklers Funcionam com Precisão e Eficiência em Sistemas bem Projetados

  • Sistema de VAC (ventilação e ar condicionado) com “dampers corta fogo” que impeçam a dispersão de gases entre ambientes e a alimentação do incêndio. O sistema VAC, deve possuir um modo operacional em emergência que corte o insuflamento de ar nas áreas onde o incêndio está ocorrendo e bloqueiam a comunicação dos dutos de ventilação entre os ambiêntes de modo a evitar que a fumaça se espalhe. 
  • Sistema de geração elétrica de emergência com autonomia para pelo menos 4 horas sem reabastecimento. Barramento elétrico de emergência para atender cargas essenciais e de segurança como equipamentos do sistema de combate a incêndio. 
  • Os materiais utilizados, não só no isolamento acústico mas também no isolamento térmico e no acabamento de arquitetura, devem ser auto extingüiveis e não podem produzir gases tóxicos quando sob calor intenso. 
  • Os extintores de incêndio devem ser localizados e escolhidos conforme o tipo de incêndio em conformidade com as NRs (Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho). É fundamental uma rotina de verificação da carga e dos cilindros dentro da frequência estabelecida pelas normas além da rotina interna de observação diária quanto a possíveis utilizações indevidas (vandalismo) que são comuns em locais como boates o que deixaria o local do extintor descarregado descoberto. 
  • Todo local que concentra pessoas deve possuir um plano de escape e abandono elaborado por ENGENHEIRO especialista em segurança. Este plano deve considerar os possíveis cenários de emergência que poderão ocorrer durante a vida útil esperada das instalações. Essa identificação de cenários deve ser feita com base no relatório de Análise Preliminar de Riscos (APR), conforme as boas práticas da engenharia de gerenciamento de riscos e segurança. Uma equipe de brigadistas treinados e certificados deve estar a postos durante todo o evento para facilitar o escape e abandono e combater o PRINCÍPIO de incêndio. Brigadas de incêndio locais não são recomendáveis para executar operação de combate a incêndio de grandes proporções sendo esta tarefa cabível ao Corpo de Bombeiros Militar. Os brigadistas locais devem se restringir à facilitação do escape e abandono e ao combate mínimo, com a finalidade de impedir que o PRINCÍPIO de incêndio alcance o nível de incêndio propriamente dito 
Obs.: Estes são apenas os itens principais e mais urgentes.


Saiba Exatamente o Que Fazer, Desenvolva a Sua Cultura de Segurança



CULTURA DE SEGURANÇA

Desenvolvimento de um programa nacional de educação e cultura de segurança desde o ensino básico. Isso não significa a criação de nova disciplina mas a inclusão nas ementas das disciplinas existentes (estudos sociais, ciências, etc) instruções sobre prevenção de acidentes, incêndios e ações básicas em catástrofes naturais como enchentes, cuidados com eletricidade, produtos químicos inflamáveis e combustíveis, prevenção de acidentes com gás, comportamento coletivo em emergências e principalmente formando uma mentalidade observadora e crítica quanto a riscos e condições inseguras, combatendo a famosa expressão “vira essa boca pra lá” diante de alertas sobre riscos e perigos.

Participação dos meios de comunicação através da inserção de ações educativas e incentivadoras da cultura de segurança seja de forma diluída no próprio enredo dos programas como de forma explícita na programação e nos intervalos comerciais. Isso se aplica a cinema, teatro, televisão, rádio, sites de internet, impressos, literatura, outdoors, e todo o tipo de mídia.

Criação de cursos públicos de formação de brigadistas civis e comunitários com certificação e com baixo ou nenhum custo. Criação de curso de segurança para síndicos e funcionários de condomínios, curso de inspeção de equipamentos de segurança, cursos de lay out e requisitos de rotas de fuga, todos disponibilizados para a sociedade.

Criação de uma certificação que classifique o nível de segurança dos estabelecimentos comerciais em níveis 1 (elevado), 2 (médio) ou 3 (mínimo) conforme o nível de proteção identificado no projeto e instalações quanto as estratégias e aos equipamentos de segurança. Inclusão da exibição obrigatória de selo de certificação na entrada do estabelecimento.

As diferenças de normas são significativas principalmente quando consideramos outros países. Basicamente, para o ENGENHEIRO, o objetivo é evitar o acidente. Cumprir rigorosamente as normas não significa nenhuma garantia. Seguir regras e normas nacionais e internacionais é fazer o mínimo do mínimo. Para evitar acidentes é preciso muito mais do que uma postura legalista uma vez que depois do acidente ocorrido há sempre uma história a ser contada que serve de explicação e em alguns casos “justificativa” para os fatos ocorridos. É preciso desenvolver uma real CULTURA DE SEGURANÇA que resumidamente significa “atenção certa no tempo certo”. Sendo “atenção certa”, aquela ação prática que impede a sequencia de eventos que leva ao acidente. Enquanto o “tempo certo” significa agir ANTES do acidente acontecer.

O sucesso de um empreendimento tecnológico está associado ao respeito aos fatores humanos, ambientais, econômicos e sociais que estão sob sua influência. Bons valores estabelecem a boa Cultura de Segurança !