Original Language
Conceitos Básicos sobre Fatores Humanos e Erro Humano
Acredita-se[1] que
entre 50% e 90% dos incidentes industriais sejam atribuídos a erros
humanos. A análise de falha humana lida com as falhas que as pessoas
podem cometer em suas interfaces com os processos de engenharia. Quanto
mais cedo a análise de falha humana é realizada maior a sua eficiência
em reduzir a probabilidade de erro humano, por isso é importante uma
abordagem baseada na análise de falha humana desde a fase de projeto.
As
falhas humanas e suas consequências são influenciadas diretamente pelo
“Projeto para Fatores Humanos” do empreendimento tecnológico como todo.
Chamamos de Fatores Humanos aqueles os quais podem aumentar ou diminuir
a possibilidade do homem cometer erros, sendo esses fatores
estabelecidos como resultado de um projeto ou empreendimento
tecnológico. Ou seja, o Erro Humano pode ou não acontecer dependendo
dos Fatores Humanos envolvidos na interação Homem X Máquina criada pelo
projeto ou empreendimento tecnológico. (saiba mais através do livro Gerenciamento de Riscos Baseado em Fatores Humanos e Cultura de Segurança, Editora Elsevier)
Toda máquina ou instalação projetada, seja uma indústria, um automóvel, um edifício, um telefone celular, um notebook, um avião, um videogame, enfim qualquer equipamento, instalação ou empreendimento tecnológico sempre interage de algum modo com o ser humano. Essa interação homem x máquina pode ser previamente estudada e projetada para máxima eficiência e segurança, ou pode simplesmente resultar do andamento natural do projeto sem receber uma atenção específica. Os fatores envolvidos nessa interação homem x máquina são chamados de “fatores humanos” e o estudo e projeto de adequação destes fatores permitem a proteção contra o ambiente de indução ao erro humano, principal causa identificada pelas investigações de acidentes oficiais.
Qual o significado prático do termo “Fatores Humanos” ?
Toda máquina ou instalação projetada, seja uma indústria, um automóvel, um edifício, um telefone celular, um notebook, um avião, um videogame, enfim qualquer equipamento, instalação ou empreendimento tecnológico sempre interage de algum modo com o ser humano. Essa interação homem x máquina pode ser previamente estudada e projetada para máxima eficiência e segurança, ou pode simplesmente resultar do andamento natural do projeto sem receber uma atenção específica. Os fatores envolvidos nessa interação homem x máquina são chamados de “fatores humanos” e o estudo e projeto de adequação destes fatores permitem a proteção contra o ambiente de indução ao erro humano, principal causa identificada pelas investigações de acidentes oficiais.
Cockpit de Aeronave - Interação Homem x Máquina
está no centro do controle e da segurança do vôo
Qual a origem do termo ‘Fatores Humanos”
Predecessora
dos “Fatores Humanos” a Ergonomia surgiu como consequência dos
problemas de projeto e problemas operacionais que emergiram com os
avanços tecnológicos ocorridos no século XX. Teve como precursores o
Gerenciamento Científico desenvolvido por Taylor[2] e o Estudo do Trabalho desenvolvido por Gilbreth[3].
É uma disciplina híbrida, que surgiu quando cientistas passaram a atuar
em conjunto para resolver problemas complexos e multidisciplinares. Os
principais campos científicos que deram origem a Ergonomia são:
Engenharia, Psicologia, Anatomia, Fisiologia e Física (principalmente
mecânica e física ambiental). Também sofre especial influência das
disciplinas emergentes: Engenharia Industrial, Desenho Industrial e
Teoria de Sistemas.
Várias
tendências podem ser identificadas ao longo do processo de
desenvolvimento da Ergonomia. Primeiramente as organizações tentaram
melhorar a produtividade introduzindo novos métodos e máquinas. Na era
da engenharia pura isso funcionou porque havia grande espaço para
desenvolvimento tecnológico uma vez que a mecanização dos processos era
recente. Posteriormente tentou-se aumentar a produtividade otimizando o
projeto das tarefas e reduzindo os esforços improdutivos. Depois da
Primeira Guerra Mundial um movimento surgiu estimulando o
desenvolvimento de testes psicológicos com o objetivo de medir várias
características humanas como inteligência e personalidade.
Historicamente em 1857, Jastrzebowski[4] produziu
um tratado filosófico de Ergonomia: “The Science of Work” o qual
aparentemente permaneceu desconhecido fora da Polônia, até
recentemente. Na Grã-Bretanha o campo da Ergonomia foi inaugurado
depois da Segunda Grande Guerra. O nome “Ergonomia” foi re-inventado
por Murrell em 1949 apesar dos temores de que as pessoas iriam confundir
o termo com “Economia”. A ênfase da ergonomia era no projeto de
equipamentos e do local de trabalho. Os temas relevantes eram anatomia,
fisiologia, medicina industrial, projeto, arquitetura, e engenharia de
iluminação. Na Europa, Ergonomia era ainda mais associada com as
ciências biológicas. Nos Estados Unidos surgiu uma disciplina similar
(conhecida como Fatores Humanos), mas sua rota científica era ancorada
em Psicologia (Psicologia Experimental e Aplicada, Engenharia
Psicológica e Engenharia Humana).
Fatores
Humanos e Ergonomia tiveram sempre muito em comum, mas os seus
desenvolvimentos seguiram linhas diferentes. Fatores Humanos coloca
muito mais ênfase à integração dos aspectos humanos ao processo global
de projeto de sistemas. Alcançou notável sucesso no projeto de grandes
sistemas na indústria aeroespacial, em especial através da NASA e o do
Programa Espacial Americano. A Ergonomia europeia apresenta-se mais
fragmentada e tem tradicionalmente sido mais associada às ciências
básicas limitando-se a um determinado tópico ou área específica de
aplicação.
Sala de Controle da Usina Nuclear de ANGRA 2 - Aspectos de Ergonomia e os
Fatores Humanos são Considerados no Projeto para Reduzir o "Erro Humano"
Apesar
destas diferenças, não deve haver preocupação com relação ao uso dos
dois termos: Ergonomia e Fatores Humanos. Nos Estados Unidos, a HFS -
Human Factors Society recentemente modificou seu nome para HFES - Human
Factors and Ergonomics Society[5].
Presume-se que essa mudança tenha sido feita para sinalizar a afinidade
entre as áreas, justificando uma única associação para representar os
interesses daqueles que se identificam como militantes tanto em uma como
na outra área.
Atualmente
ambas as áreas, Fatores Humanos e Ergonomia, adotam a abordagem ATH
(Adaptar o Trabalho ao Humano) em substituição à velha e superada
abordagem AHT (Adaptar o Humano ao Trabalho) e estabelecem que os
trabalhos devam ser adequados para as pessoas ao invés de outras formas
de abordagem que, embora se aproximem desse conceito, não o consideram
como a base de sua filosofia.
[1] Fonte: Primatech Specialists in Safety, Security and Risk - USA
[2] Taylor. F.W. 1911. The Principles of Scientific Management. Harper and Brothers Publishers, New York and London.
[3] Frank Bunker Gilbreth, Sr. (1868 – 1924). Defensor do gerenciamento científico e pioneiro do estudo dos movimentos.
[4] Jastrzebowski, W. 1857, An Outline of Ergonomics or the Science of Work. Published by the Central Institute for labor Protection, Warsaw, Poland, 2000.
[5] HFES – Human Factors and Ergonomics Society. Internet Link: http://www.hfes.org/web/Default.aspx
[2] Taylor. F.W. 1911. The Principles of Scientific Management. Harper and Brothers Publishers, New York and London.
[3] Frank Bunker Gilbreth, Sr. (1868 – 1924). Defensor do gerenciamento científico e pioneiro do estudo dos movimentos.
[4] Jastrzebowski, W. 1857, An Outline of Ergonomics or the Science of Work. Published by the Central Institute for labor Protection, Warsaw, Poland, 2000.
[5] HFES – Human Factors and Ergonomics Society. Internet Link: http://www.hfes.org/web/Default.aspx